Por: Walter Brito
O saudoso jornalista, escritor e intelectual Otto Lara Resende, dizia que mineiro só é solidário no câncer. O povo paulistano não tem muito tempo para jogar conversa fora, trabalha muito e as pessoas mal se cumprimentam no elevador. Contudo, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP é o ponto de unidade da burguesia e endinheirados de São Paulo quatrocentão. A cidade tem 463 anos de história e é o carro-chefe da indústria brasileira. Na seara política, o PRP e o PSDB foram os partidos que mais uniram as elites daquele estado da federação. No Rio de Janeiro, apesar
de ser uma cidade abençoada por Deus e o mundo inteiro admira sua beleza natural, parte das elites da política está na cadeia, e por ironia do destino, as classes sociais mais unidas são representadas pelos trabalhadores de favelas, cuja população é de aproximadamente 1 milhão e 800 mil moradores em quase 800 favelas.
Em Brasília, a fama da cidade é ter uma população fria e tal qual São Paulo, os seus moradores também não se cumprimentam no elevador. Por outro lado, tem uma juventude privilegiada, onde existem muitos empregos, o maior número de concursos públicos do país, a renda per capta é alta, o Fundo Constitucional generoso, no total de R$ 12,8 bilhões em 2017, que pagou despesas com saúde, educação e segurança pública. Certamente os referidos privilégios permitem a cidade oferecer as melhores políticas para as novas gerações. Os jovens são aguerridos e se unem nas redes sociais para organizar manifestações e já se mobilizam no sentido de eleger os próximos governantes da cidade.
A DESUNIÃO DA OPOSIÇÃO VIABILIZA ROLLEMBERG
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB), tinha rejeição altíssima nos meses de julho e agosto. A partir de setembro sua rejeição vem diminuindo a cada dia e sua aceitação como pré-candidato à reeleição melhorou muito, pois chegou a ter na pergunta estimulada deste ano, 0,5% de intenção de votos e já passa dos 5% de intenção de votos para o Palácio do Buriti, segundo o instituto de pesquisas O Parlamento/Cristal Pesquisas, com vistas ao pleito de 2018. Portanto, apesar da rejeição ainda grande, Rollemberg não está morto politicamente, como costuma dizer seus principais opositores. No dia 01 de novembro de 2017, a tucana do bico grande, Maria de Lourdes Abadia, tomou posse como secretária poderosa do governo Rodrigo Rollemberg, o que quebrou as pernas do também tucano Izalci Lucas, que chegou a liderar a corrida para o Palácio do Buriti.
FRAGA JOGA TOALHA E DISPUTARÁ O SENADO
O amigo e colega de faculdade do presidenciável Bolsonaro, o governadorável Alberto Fraga (DEM),
já se conforma em disputar uma vaga para o Senado, pois percebeu que o jogo para o Buriti será muito pesado para ele, apesar de ter sido o deputado federal mais votado em 2014 com 155.056 votos, correspondente a 10,66% dos votos válidos.
WANDERLEY TAVARES SONHA COM CIDADE INTELIGENTE
O evangélico Wanderlei Tavares, presidente do PRB em Brasília e afilhado do poderoso bispo carioca Manuel Ferreira, sonha com o apoio de Cristovam Buarque (PPS) e também do senador Antonio Reguffe, sem partido, para levantar voo rumo ao Buriti. A tese defendida pelo evangélico para chegar ao poder, é a discussão do projeto Cidade Inteligente, sob o comando da tecnologia de ponta israelense.
O PIAUÍ TEM A CHAVE DE TUDO
A meu ver, a união verdadeira para unir a oposição em Brasília e apresentar uma alternativa de poder está nas mãos de três piauienses, dois deles de nascimento e um de coração, respectivamente: Jofran Frejat (PR), Alírio Neto (PTB) e Ibaneis Rocha (PMDB).
IBANEIS ROCHA ZEROU O JOGO SUCESSÓRIO
Ao se filiar no partido de Ulisses Guimarães, o brasiliense de nascimento e piauiense de coração,
Ibaneis Rocha, zerou o jogo sucessório em Brasília. Ele tem 46 anos de idade, nasceu em Brasília e morou em Corrente do Piauí, dos oito aos 15 anos de idade. O Partido do Movimento Democrático Brasileiro, comandado por Tadeu Filippelli no DF junto com o PP, que também obedece Filippelli,
têm um significativo tempo de rádio e televisão. Ibaneis foi um competente gestor da OAB/DF e conta com 30 mil advogados no seu projeto político, independente do partido que estejam filiados. O PHS tende a ficar com o Ibaneis, como também o PSD de Rogério Rosso. O PDT poderá completar o quinteto, mas depende da discussão nacional que exige palanque em Brasília para Ciro Gomes, candidatíssimo ao Palácio do Planalto pela legenda de Brizola.
APESAR DE LIDERAR PESQUISA:
FREJAT PODERÁ NEGOCIAR
Tirando Reguffe da disputa majoritária em Brasília, este já afirmou aos quatro ventos que não será candidato ao GDF em 2018, o médico e ex-deputado federal Jofran Frejat (PR), 80 anos e nascido em Floriano no Piauí, lidera as pesquisas hoje para o Buriti. Entretanto, o próprio Jofran sabe que uma candidatura majoritária precisa ter grupo e nem sempre, quem está na frente dez meses antes do pleito é o que vence. Jofran tem gratidão para com o ex-governador Arruda, do qual teve apoio efetivo na eleição de 2014, inclusive sua vice foi Flávia Arruda, esposa do ex-governador. A dupla teve 428.522 votos, correspondente a 27.97% dos votos válidos. No frigir dos ovos, alguns analistas pensam, que Jofran poderá optar pelo Senado.
ALÍRIO NETO AINDA NÃO DECOLOU
O ex-deputado Alírio Neto, delegado aposentado, 57 anos de idade e nascido na cidade de Piripiri
no Piauí é pré-candidato ao GDF pelo partido de Roberto Jefferson, o PTB. Com o fraco desempenho
nas pesquisas, Alírio percorre dia e noite todo o DF com o objetivo de viabilizar sua candidatura. Quando Ibaneis se filiou ao PMDB, imediatamente e sem pestanejar, o piauiense foi à casa de Arruda e convidou Flávia Arruda para ser sua vice. Nem ela e muito menos o seu esposo deram sim para o
petebista. Com a indefinição, Alírio procura um novo rumo, que certamente é a união dos três conterrâneos!
A UNIDADE NA DIVERSIDADE POR UM NOVO PROJETO
As sandálias da humildade são propícias para unir os piauienses que construíram suas histórias em
Brasília e almejam devolver a cidade um pouco que a capital de todos os brasileiros ofereceu a eles. Os três sabem que o sucesso da oposição ao governo Rollemberg depende deles. A disputa majoritária tem lugar para todo mundo: governador, vice-governador, duas vagas para o Senado e quatro suplências de senador. A fórmula lógica e democrática para encontrar a unidade na diversidade será muita conversa entre os três nos próximos meses e uma pesquisa no mês de março, para definir qual é o melhor nome do grupo, o que não precisa ser necessariamente um dos piauienses. Neste sentido, a chave de tudo está na mão deles. A governabilidade de Brasília tem jeito e depende de uma boa gestão. As cabeças pensantes da capital brasileira podem se unir antes do estado ficar ingovernável. Otto Lara Resende estava certo, quando sugeriu por meio de suas sábias palavras, que o mineiro teria que se unir enquanto tinha saúde!
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