Por: Walter Brito
Fernando Henrique Cardoso, sociólogo, conhecedor profundo das causas sociais no Brasil e de forma especial a questão racial, deve estar apavorado com o crescimento da Marina com aval de todo o país. A fatalidade ocorrida com o presidenciável Eduardo Campos (PSB), certamente lançou a seringueira nos braços do povo e ameaça o PT e o PSDB. A candidatura de Marina Silva ao Palácio do Planalto, consolidada com a indicação de seu vice Luiz Roberto de Albuquerque (PSB), dá indicativos de que, se os seus próprios correligionários não atrapalharem, ela pode vencer a eleição para presidente do Brasil no primeiro turno.
Concordo com o Pelé, que afirmou aos quatro ventos na década de 60, que os brasileiros não sabiam votar. Entretanto, de lá para cá, passaram-se quase 5 décadas e o povo apanhou muito da ditadura militar, bem como dos desacertos de nossos governos pós-regime militar. É certo que, durante o governo Lula, a economia mundial nos favoreceu, portanto, o sofrimento foi menor. Talvez por isso, acreditamos e elegemos a Dilma, mas logo percebemos que apesar da sua vontade de acertar, o nosso PIB não cresceu, a inflação avança a passos largos e consequência disto, é por exemplo; a causa da incontrolável emissão de cheques sem fundos nos últimos meses. O país do povo alegre, aficionado ao futebol e ao carnaval, se transforma numa nau sem rumo, oportunidade em que nossa sociedade, caminha para uma guerra civil, que aliás, já começou! Os saques ocorridos em supermercados Brasil afora e as explosões diárias nos caixas eletrônicos das maiores instituições bancárias de nosso país, é certamente um indicativo claro de uma guerra civil. O desiquilíbrio é tão grande, que aumentou em 68%, segundo instituto de pesquisas Directa/O Parlamento, o número de assaltos à mão armada nas estradas brasileiras. Vale lembrar, que recentemente, um ônibus de turismo que trazia seguidores da religião Mórmon do Templo Central em São Paulo, para uma cidade da Região Metropolitana do Distrito Federal, foi assaltado nas proximidades da capital brasileira; quando marginais armados com sofisticadas armas, renderam os 46 passageiros, levaram-os para um matagal e os saquearam. Não deixaram, sequer, as suas alianças em seus dedos. Foi uma performance vista somente nos famosos filmes do velho oeste.
O caso da refinaria de Pasadena, envolvendo a presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster, que teve seus bens bloqueados, bem como a falta de explicação da presidenta Dilma Rousseff; além dos gastos no frustrado projeto da Copa do Mundo, que somente o senhor Joseph S. Blatter levou vantagem, deixou o país em polvorosa. Os R$ 15 bilhões que o presidente da FIFA levou limpinho para a Suíça, sem nenhuma fiscalização, deixou o povo revoltado. Nesse sentido, quando foi feita uma pequena investigação referente aos rolos da FIFA e CBF, denunciados pelo deputado Romário, imediatamente arrumaram os culpados: Lamine Fofana e Ray Whelan, Que foram presos e impedidos de falar o que sabem até agora. Tudo isso, aliado aos 500 anos de mando da “Elite Branca”, simbolizada pelo PSDB de Aécio Neves. O povo resolveu repensar sua história. Sem dúvidas o Eduardo Campos tinha um projeto moderno e arrojado, que agradava diversas forças, que poderiam levá-lo ao segundo turno com ajuda da popularidade de Marina. Quis o destino, que tudo se invertesse e, Marina passasse a ser a grande comandante do partido que administra seis estados, diversas capitais e grandes cidades; além de herdar os legados de Miguel Arrais e seu neto Eduardo Campos; ambos mortos num 13 de agosto.
Pesquisas eleitorais feitas pelo Data Folha e acompanhadas em Brasília pelo instituto Directa/O Parlamento, mostram que Marina cresce a passos largos. A presença de dona Renata Campos e seus filhos na campanha, trarão a credibilidade pra Marina receber de forma legal, doações necessárias para viajar pelo país e dizer aos brasileiros que é candidata.
De acordo com pesquisas qualitativas do instituto Directa/O Parlamento, no DF Marina poderá ultrapassar a casa dos 50% dos votos válidos para presidente da República. Como a cidade-estado tem eleitores de todas as regiões do país e proporcionalmente aproximados ao número de eleitores em cada estado, o DF torna-se o maior laboratório de pesquisas do Brasil. Portanto, a mulher negra, de família pobre e evangélica, Marina Silva, está na briga pra valer e, se não for impedida pelos seus próprios companheiros de partido, poderá ganhar a eleição no primeiro turno. Quem viver e votar, verá!
0 Comentários