O General Eduardo Diniz - Presidente do Círculo Militar de São Paulo |
Por Walter Brito - Jornalista
O Clube Círculo Militar de São Paulo completou 74 anos de fundação no dia 24 de maio, com muito sucesso e união entre militares e civis. A data histórica homenageia à Batalha de Tuiuti, conforme moção aprovada por aclamação na Assembleia Geral Extraordinária de fundação, realizada no dia 23 de novembro de 1947.
No domingo 22 de maio, antevéspera do aniversário do CMSP, lá estivemos na companhia do presidente do Conselho Consultivo, o coronel Wlademir Martins Padilha, e sua esposa Lupércia Padilha, quando o coronel Padilha nos apresentou ao general Eduardo Diniz, no comando daquela importante instituição desde o dia 8 de janeiro de 2020. O General de Divisão, que foi Comandante da 2ª Divisão do Exército Brasileiro e passou para a reserva em agosto de 2018, nos concedeu entrevista com muita satisfação, quando mostrou a importância da integração entre civis e militares, e não fugiu da pergunta quando falamos da conquista do poder político de militares por meio do processo democrático.
Perguntamos ao ilustre general sobre a origem do Clube Círculo Militar e o porquê da participação civil intensa no CMSP. De pronto e sem meias palavras o general da reserva do Exército Brasileiro disse:
"Após a Segunda Guerra mundial em 1945, os oficiais, saudosos dos tempos de caserna, almejando manter os laços com o Exército, se reuniram por diversas ocasiões e criaram a instituição para manter os seus valores, e apresentaram ao comando à época que tinham este programa para a família militar integrada com os civis e desenvolvido com caráter cívico, social, desportivo e recreativo. Vale lembrar que o clube tem hoje em seu quadro de associados 85% de civis. Isso se justifica, pois os paulistas foram vanguardistas na Revolução de 1932, quando combateram o bom combate com dignidade a favor do Brasil. Logo o paulistano civil desenvolveu um bom relacionamento com os militares em diversos lugares, em suas atividades profissionais, desportistas e de lazer entre outras, pois eles gostam de estar juntos com os militares".
Perguntamos também ao general sobre os valores fundamentais que reforçam essa amizade entre militares e civis que são assuntos comuns discutidos e que fazem parte da família Círculo Militar, quando citamos algumas referências, tal como religiosidade, e ele disparou:
"Sem dúvidas, a maioria quase que absoluta dos nossos acredita em Deus, são patriotas, lutam pela retidão e correção e têm a família como a maior referência da humanidade. São valores que nos permitem caminhar juntos. Isto é tão claro que em São Paulo as famílias, de uma forma muito forte, lutam para seus filhos estudarem no CPOR - que são unidades de ensino do Exército Brasileiro, responsáveis pela formação básica, moral, física, técnico-profissional do oficial subalterno da 2ª classe da reserva", arrematou.
Embora o clube se mantenha distante das discussões e embates políticos, ainda assim perguntamos ao general como ele avaliava a participação de nomes importantes das Forças Armadas que em 2018, por meio do processo democrático, assumiram o poder. O general Eduardo Diniz, com a elegância que lhe é peculiar, não fugiu do debate e disse que responderia a nossa pergunta com tranquilidade:
"O marechal Castello Branco mudou as leis e fez com muita inteligência e maestria um trabalho que preparou o país para que os militares se distanciassem da política, o que ocorreu anos depois. Entretanto, existe uma teoria de que quando existem problemas no Congresso, no Supremo e no Executivo, os militares são lembrados, como ocorreu em 2018", argumentou o general.
Questionamos o general Eduardo Diniz como administrar um clube ativo como o CMSP em tempos de Pandemia e já com mais de 450 mil mortos pela Covid 19. Perguntamos também sobre a frequência nesse período e a disponibilidade de títulos para vendas. Ele respondeu pensativo:
"De fato não é muito fácil, pois temos 34 modalidades de esportes praticadas aqui, inclusive faço musculação e jogo tênis. Entretanto, em tempo de Pandemia não podemos disponibilizar tudo que o associado quer, pois confronta com as normas da saúde pública e poderá colocar em risco os próprios desportistas e suas famílias. Desta forma, nesta fase o esporte é mais prejudicado que o social e o cultural, por exemplo. Também estamos impedidos de realizar os bailes tradicionais no clube como o Réveillon, Baile das Armas, aniversários e outros importantes eventos que fazem parte de nossa história. Lembrando ainda que em tempos normais, o clube é frequentado por entre setecentas e mil pessoas por dia. Nos finais de semana, em dia de pico, já tivemos no clube 1.700 pessoas em um só dia. Na pandemia a frequência é bem inferior. Quanto à venda de títulos, não estamos vendendo no momento, mas alguns sócios que não frequentam mais o clube por mudança de São Paulo, entre outros motivos, estes já disponibilizam seus títulos para venda", disse o presidente do CMSP.
Ao final da entrevista, pedimos que o general Eduardo definisse o Círculo Militar por meio de uma frase de efeito. Sem tergiversar o general respondeu de imediato: "Aproveito para relembrar neste caso o saudoso brigadeiro Ivo de Almeida Prado que nos deixou como legado: "O CÍRCULO MILITAR - UM LUGAR DE SER FELIZ", concluiu o general Eduardo Diniz.
Como se vê, o Círculo Militar tem uma fantástica história e belas instalações no bairro Ibirapuera, vizinho da Assembleia Legislativa de São Paulo - ALESP. Além disso são 2660 metros quadrados de área verde com suas quadras poliesportivas, ginásios, restaurantes e lanchonetes. Complementando o cenário do lugar para ser feliz, o clube é dotado de um departamento médico, além de fisioterapia, salão de beleza e saunas masculina e feminina.
0 Comentários